terça-feira, 29 de junho de 2010

Exercitando o Altruísmo




Difícil tarefa
Abdicar do eu
Se doar ao tu


Aceitar o erro
E não perecer na culpa
Amadurecer no sofrimento desta
E se lançar ao mundo novamente


Domar a fera interior
Para não proferir dizeres amaldiçoados
Quando fala o coração
A verdade nos eleva ao céu


Espirito evoluido
Paz interior
Saber viver imerso no amor



Por que no final de tudo, fui capaz de te ouvir, de te acalmar, de te deitar e te fazer dormir em paz.
Então a alma explodiu em uma contida alegria.
Não sei se tu fosse capaz de perceber, mas eu fiquei ali velando teu sono e adormeci ao teu lado.

quarta-feira, 16 de junho de 2010


Essa crueldade sutil
Esse veneno invisível 
Contido em tuas palavras
Queimava dentro de mim


Ainda tive esperanças 
Que tu tivestes piedade
Mas me deste água suja
Para que eu lavasse minha alma

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,
o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,
o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.
Vinícius de Moraes

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Era uma vez...



...um garoto que desde a infância quis saber o que era AMOR, ouvia falar sobre ele, nas músicas, nos filmes, na arte, na poesia, na literatura e achava lindo, queria um dia tê-lo consigo e guardá-lo bem escondido para que nunca ninguém o roubasse. Quando foi ficando mais velho e sentiu que tinha maturidade suficiente foi em busca do seu primeiro amor, encontrou-o sem muito esforço e foi um dos dias mais felizes de sua vida. Tratou logo de guardá-lo bem escondido para que ninguém o tirasse dele, se isso acontecesse ele provavelmente não iria suportar a dor da perda, afinal de contas, foram tantos anos de espera. Por algum tempo o garoto acreditou que não era mais necessário encontrar outro amor melhor que aquele que já tinha, sempre que abria a caixinha ele estava lá guardadinho, lindo, limpinho, como na primeira vez que o viu. Até que um dia por descuido deixou que o amor se sujasse, chorou como um bebê, tentou lavá-lo, mas não parecia mais o mesmo. Então o garoto foi procurar mais um, e queria que fosse mais bonito que o antigo, quando já estava sem esperanças de encontrar, eis que surge do nada um AMOR, bem maior que o antigo, e muito, mas muito mais lindo, mas vivo, mais brilhante. Verdade que alguns detalhes lhe faltavam em comparação ao velho, mas o garoto nem percebeu de tão feliz que estava. Logo, mais uma vez, tratou logo de colocá-lo na caixinha pra que não viesse a sujar e estragar como o antigo. O garoto não compreendia, mas em alguns momentos quando queria sentir o amor nas mãos, ele lhe escorria pelos dedos e caía, se sujava, isso tornou-se cada vez mais frequente, então passou a vida a procurar amores espalhados pelo mundo, como se disso dependesse sua vida. Os anos foram passando e foi ficando cada vez mais difícil achar um AMOR tão lindo, tão limpo, tão grande, tão cheio de vida e brilhante, que por muitas vezes desistiu de procurar, como quem desiste de viver. Sem saída, ele acabava enchendo sua caixinha de pequenos amores, feios, sujos, sem vida, sem brilho. Alguns anos se passaram e então num dia qualquer, quando ele nem estava mais a procura, quando realmente ele deixara de crer que ainda existia AMOR escondido em algum lugar do mundo, eis que bate em sua porta um novo. Ele entra em sua casa, em sua vida, sem pedir licença, e o garoto que já não era mais garoto, ficou anestesiado. Não sabia o que fazer, como agir para não perdê-lo, tinha certeza que não iria mais achar outro caso perdesse este, a caixinha já estava velha e acabada para prender esse amor tão grande. Foi quando teve a sua mais brilhante idéia, colocou no amor um argolinha dourada para identificá-lo e deu-lhe asas, decidiu deixá-lo livre, solto, voando, desta forma ele jamais cairia e se sujaria, onde quer que fosse. O garoto, que voltou a ser garoto novamente, acompanharia seu AMOR nos lugares mais altos, mais distantes, sem medo, sem se cansar. O mais engraçado é que depois de um tempo juntos, o AMOR não sentia mais tanta necessidade de ficar por aí voando longe do garoto, ele o alimentava diariamente, dava-lhe tudo o que precisava, as asas e a argolinha dourada viraram apenas símbolos de boas recordações de tudo que viveram juntos. E foram felizes para sempre...

PS.: Texto não auto-biográfico...