segunda-feira, 31 de maio de 2010

Um cigarro

Eu não soprei você como fumaça
Que se misturou com as nuvens
E desapareceu
Não te joguei fora quando acabou

Te traguei
E mesmo que você não possa ver
Não perceba
Está impregnado dentro de mim
Me consumindo por dentro

12 de junho


Quando eu era criança o dia 12 de junho somente representava o meu aniversário, quanta expectativa havia para que esta data chegasse logo, mal entendia eu que também era o dia dos namorados, simplesmente, me alegrava ao imaginar que quando fosse "grande" iria namorar e ganhar dois presentes ao invés de um. Hoje, acho graça da minha inocência infantil e o dia que deveria ser de alegria se enche de tristeza e nostalgia, pois é impossível separá-lo dessa irônica armadilha do destino. No máximo o que eu posso fazer para contornar um pouco a situação, é organizar uma festa, reunir os amigos e encher a cara. Não ache que realmente estarei feliz, o único pensamento que está na minha cabeça e que vai me consumir durante todo o dia 12, é esperar uma ligação que provavelmente não virá. 
Quando se vive um relacionamento que dure um ano ou mais, é extremamente difícil não lembrar do outro pelo menos uma vez no mês, afinal de contas foram datas comemoradas juntos e simples dias que se tornaram marcados por algum motivo que jamais se apagarão, e o dia 12 é um deles para mim...
Destino cruel, já não bastam todos os outros dias do ano... 

domingo, 30 de maio de 2010

Essa quase morte


Uma onda gigante me encobriu
Me afogou, machucou
Por pouco não me apagou de vez

Não lembro quanto tempo exatamente
Fiquei ali dentro
Submerso nos rodopios de minha mente

Não havia luz
Não havia ar
Não havia ninguém que ali pudesse adentrar

Senti a quase morte
Fui envolvido pela paz
Diante do conformismo de que nada mais poderia ser feito

Como um feto 
Me recolhi 
Para uma longa gestação


Aguardo ainda ouvir a tua voz apaixonada novamente
Sentir o teu cheiro adocicado 
Estremecer ao teu mais simples toque 
E nascer denovo, por mais doloroso que seja 








terça-feira, 11 de maio de 2010

Uma cena


Era noite, chovia e eu agradeci a Deus pela chuva que se misturava à minhas lágrimas, disfarçando um pouco da minha ansiedade. Um pouco mais ao longe vi que você vinha caminhando, ainda não havia percebido a minha presença em frente a sua casa, achou que fosse uma pessoa qualquer se protegendo do dilúvio. No momento em que a distancia revelou minha face, na pouca luz que havia no local, você parou, ficou imóvel, olhando nos meus olhos e eu nos teus. Não falamos nada, porém muitas palavras foram ditas. Na minha cabeça eu podia ouvir Zizi Possi cantando em italiano e eternizando a tua imagem dentro da minha alma, como que impressa em meu avesso, pois assim que fechava os olhos eu te via, molhado, sério, transparente e ainda posso ouvir alto aquela música italiana que tocava. Mais uma vez eu respeitei teu momento, mesmo com teu rosto todo molhado eu pude perceber a primeira lágrima que caiu de teu olho direito, trazendo você de volta a uma realidade e eu respeitei, vi você caminhar arrastado até as escadas, subir, entrar em casa e não acender as luzes. Eu continuei ali, sabia que não voltarias, mas ainda não tinha certeza se era capaz de me mover, depois de horas as luzes da tua casa continuaram apagadas e eu fiquei imaginando se você já dormia, ou se estava em pé encostado atrás da porta. Então a chuva começou a parar e eu finalmente consegui me mover e erguer os olhos ao céu.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Inquietação

Você já se sentiu inquieto? Sim, inquieto, agoniado, uma sensação desconfortante por algo que você nem sabe realmente o que é, ou acha que sabe e sai fazendo loucuras achando que vai resolver alguma coisa e no final das contas não resolveu nada. Nos primeiros dias você corta o cabelo, se matricula numa aula de alguma coisa, tenta beber mais, fumar mais, tenta ficar louco mais rápido e nada, no final nada muda e conforme os dias vão passando a inquietação vai aumentado como uma bolha crescendo dentro de você, aliada com a falta de criatividade para tentar mais alguma coisa, e quem sabe assim sentir um alívio de alguns segundos. É nessa hora que você começa a pedir ajuda, nem sempre de uma forma direta, é bem mais fácil ser indireto, porque você precisa de pessoas com alto grau de sensibilidade. Como você pede ajuda? Da forma mais ridícula? Da forma mais destrutiva? Da forma mais subjetiva? Mais discreto? Um dia ela estoura...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Thiago Pethit - Outra Canção Tristonha

07 outra canção tristonha.mp3

Dessa vez eu vou tentar sorrir
Nem que seja só pra constatar que eu não consegui
E mesmo assim você não estará pra ver
Eu tentar sorrir assim sem jeito em meio à multidão
Cada vez mais longe você vai ficar de saber
Se há motivos pra eu cantar
Ou só pra fazer
Outra canção tristonha, sentimental, sobre você
Se acaso um estranho vier perguntar
Eu finjo que engasguei que engoli o ar
Tiro o pensamento fora de órbita
Invento um circo ou outro lugar
Pois quando for a hora de eu me despedir
Quando o avião partir
Eu vou saber