segunda-feira, 22 de julho de 2013

Self

Você teme a rejeição. Amado por todos um pouquinho, um de cada vez, todos ao mesmo tempo. Sem inimigos, não lhes da chance de se formarem. Nunca num lugar por muito tempo, seu jeito é não ter jeito.Você não pede desculpas, nem pede que peçam. Muda mais do que a água, flui mais do que o ar, queima mais do que o fogo, nada da terra. Não encontra num padrão a solução, você não segue o padrão. Você não quer uma conclusão, foge antes de qualquer resolução sobre si. Você teme a rejeição, mas não teme a solidão.

Por Vinícius Gouveia

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Solitária Aphrodite


meu ciúme é a prova do amor
que nao tenho por ti
desses que amam com garras
nao a essência, mas sim o frasco

um amor equivocado
nao errado, porém torto
e que me mata, porque sou amante
de um jeito ou de outro

um tanto louco, sim eu sei
mas como pensas que é o paraíso
se nao derramado de corpos nús
sem que haja nenhuma lei?

e mesmo que nao seja
que direito tenho eu
de reclamar a tua alma
que a vida clama e almeja
como um Deus, que é mais e maior
do que o amor de uma mãe por um filho seu

Sou humano em tantos erros
mas a soma dos erros me liberta
e se nao liberta, que acorrente
reencarno novamente
para amarte sobre a Terra

domingo, 7 de abril de 2013

Meia Noite em Paris (2011)


Meia Noite em Paris (Midnight in Paris) – 2011
Woody Allen
            Desde que suas produções migraram para a Europa, em 2005, Woody Allen vem nos presenteando com grandes filmes. Meia noite em Paris (2011) é mais uma bem sucedida obra do diretor, que reafirma sua maestria, porém conserva o conforto de que ser um artista consagrado lhe dá.
            Gil Pender (Owen Wilson) é um escritor americano, que está cansado de escrever roteiros pobres para o cinema hollywoodiano, e está em Paris a passeio com sua noiva Inez (Rachel McAdams), aproveitando a oportunidade de estar na cidade para que a mesma lhe traga a inspiração que lhe falta em concluir seu novo trabalho. Então Gil resolve dar um passeio e exatamente a meia noite a magia acontece, o mesmo volta ao passado e encontra-se pessoalmente com grandes artistas como Ernest Hemingway (Corey Stoll), F. Scott Fitzgerald (Tom Hiddleston), Gertrude Stein (Kathy Bates), entre outros, que o influenciam em sua arte e ao mesmo tempo em sua vida pessoal. Ao que parece de início, o roteiro é bastante simples, e realmente o é, Allen se apropria da rotina do cotidiano, dos questionamentos pessoais, do real fantástico, da atemporal Paris, dos diálogos inteligentes da comédia irônica para nos apresentar um filme rico em detalhes e interpretações. Logo de início nos é apresentada a Cidade Luz, desde o dia até a noite, com chuva e com sol, com planos curtos e uma trilha extra diegética, como que em cartões postais. Mais do que apenas ver a cidade temos a sensação do que é Paris, do clima que a envolve, e sempre que o diretor quer nos trazer essa sensação novamente, a mesma trilha surge, “costurando” toda a diegese. Retratar a cidade de Paris é sempre um desafio para qualquer diretor, pois ela já foi exposta de forma brilhante por vários outros cineastas renomados em “Paris, te amo” (2006). Allen utiliza da fantasia para mostrar uma Paris diferente, intelectual e efervescente, não poderia ter feito escolha melhor, Paris é atemporal e adaptável em sua arquitetura e cultura, tanto aos anos 20, e até mesmo antes disso, quanto nos dias de hoje. Os diálogos entre os personagens são a chave para compreender a obra, nele o diretor faz uso da paralepse e fornece sinais do rumo que a mimese irá tomar, como por exemplo, quando o personagem Paul (Michael Sheen) compara o protagonista com Miniver Cheevy, que é um poema narrativo escrito por Edwin Arlington Robinson, de 1910, relatando a história de um romântico sem esperança que gasta seu tempo pensando como seria sua vida se ele tivesse nascido antes, algumas cenas depois Gil é levado ao passado. O diretor aproveita a metaficção para fazer suaves críticas ao modelo hollywoodiano de cinema, além disso, a história que o personagem escreve se mistura com sua própria história, na tentativa do diretor em mostrar que apenas ser detentor do saber, ou melhor, fazer museologia da arte de nada vale, a arte tem que influenciar diretamente em nossas vidas. Pelo mesmo motivo Gil chama Paul de pseudo intelectual e não o suporta. Também faz críticas sutis ao eterno confronto entre franceses e ingleses, como por exemplo, no diálogo entre o casal Gil e Inez e os pais de Inez, onde o pai diz não ser nenhum pouco francófilo, e em outra passagem quando Gil pede auxílio para encontrar seu hotel, mas o jovem casal não o ajuda, situação comum de acontecer na França, caso você peça em inglês. A sutileza parece ser bem vinda nesta obra de Woody Allen, um cômico sutil, um drama sutil, um romantismo sutil, até mesmo a fantasia pode-se dizer que é sutil, no sentido de que tudo parece se encaixar sem muita preocupação, e assim o diretor conduz sua obra, com pitadas de sutilezas que fazem toda a diferença. Interessante também mencionar a relação do objeto “carro antigo” dentro da diegese, pois é o carro responsável por leva-lo para dentro da fantasia, antes as badaladas e depois o carro. Atentando as repetições, a música de Cole Porter, que diz “let’s fall in love”, o cantor é a ligação de Gil com Gabrielle (Léa Seydoux), no final Gil rompe com a noiva e encontra-se com Gabrielle. Um desfecho cômico, onde tudo se resolve, mas é justamente esse modelo híbrido de cinema que agrega mais valor a sua obra.

        Na época, aos 75 anos de idade, Woody Allen dispensa reinvenções e a necessidade da auto superação, sua obra tem algumas rupturas de seus próprios modelos, mas não vai muito longe. Meia noite em Paris é um filme sem exageros que causam enjoo, é “degustado” aos pouco e por poucos.  


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Ainda estamos, onde estamos (?)


Ninguém vai entender o universo
Nem o mais distante
Tão pouco o invisível
Aquilo que aprendi ontem já morreu

Era luz, agora virou poeira espacial
E outra vida inteira se vai
Diante dessa revelação
Vou lhes contar um segredo

Sou cobaia de mim mesmo
Experimento minhas teorias
Me lanço ao erro e a loucura
Para um dia quem sabe
Me livrar de tudo

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Pra você, com carinho

eramos dois perdidos 
talvez eu fosse ainda mais
personagens de um enredo comum 
em núcleos distintos, que se encontraram sem querer

um encontro, dois beijos
e três anos se passaram
sem saber quem esperava por quem 
ou quem era quem

te vi um amigo, uma boa pessoa
isso parecia suficiente
mas foi além e transbordou
de um pro outro como uma troca mútua

agora estamos inundados de um sentimento 
que ainda não tem nome
data de início ou fim
apenas existe e persiste

E eu me dou 
sem que você precise
cravar os dentes em mim
ou reclamar espaço 

Pois nesse momento
De decisões e indecisões 
Levados adiante pela incerteza
Você tornou-se aquele algo bom
Que faz a diferença
Nos meus dias tão normais

terça-feira, 22 de maio de 2012


Não pense, apenas engula
Não sinta o gosto
Apenas o efeito que isso causa em você
Deixa que as coisas passem pela sua mente
Não foque exatamente nelas
Buscando algum entendimento
Você verá mais e melhor
Usando sua visão periférica
Não perca o controle
Que a falta de controle te dá

O mal não existe
A lógica do tempo que é malvada
O entendimento só chega na hora da morte
Perdoai