sábado, 20 de fevereiro de 2010

Abraços Partidos - Los Abrazos Rotos (2009)

 

Abraços Partidos (2009) é o longa mais recente de Almodóvar, diretor este que dispensa apresentações.
 
O filme retrata uma teia de romances entre os personagens, todos têm alguma ligação, seja no presente ou no passado. O cineasta cego Mateo Blanco, com pseudônimo de Harry Caine (Lluis Homar), apaixona-se por sua protagonista, Lena (Penélope Cruz) e vivem um romance, até que um “trágico” acidente acontece.
É de ficar realmente extasiado, boquiaberto com a deliciosa “salada” de detalhes, de fatos e acontecimentos que envolvem a trama sem que ela vire um verdadeira “gororoba”. A metalinguagem já vem sendo utilizada por Almodóvar em alguns filmes e realmente dão um toque especial, por mais simples que pareça o roteiro. A influência dos movimentos Noir, do melodrama e até mesmo um toque hitchcokiano, também trazem parte do encanto do filme. E para finalizar temos a magnífica Penélope Cruz fazendo caras e bocas de Audrey Hepburn. É mais ou menos como uma salada de verduras e legumes, se você come tudo bem picadinho, misturado fica uma delícia. Talvez, a liberdade cinematográfica que o diretor sempre teve, aliada a experiência de anos na profissão tenham dotado Almodóvar de um olhar único, sem deixar de lado as referências autobiográficas que dão singularidade a obra. A hiper-realidade criada pelo diretor na diogese são tão fantasiosas, tão caóticas, que talvez por isso mesmo se assemelhem tanto com a realidade e se tornam críveis aos olhos do espectador, sem deixar qualquer lacuna para possíveis questionamentos.
 
Almóvar e sua obra são por demais existencialistas, e por isto complexas, esmiuçá-la seria um trabalho árduo para qualquer leigo como eu, por mais apaixonado que seja pela sétima arte,  então me calo...
 

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