De
repente, é como se toda a manifestação humana se tornasse meramente ridícula,
devido à previsibilidade de seus atos. Aliado a isso, carrego dentro de mim a
certeza do autoconhecimento, suficiente para decretar que muitos ainda
passarão pelo mesmo caminho que já passei, até chegarem a ter a mesma
consciência sobre a vida, sobre as pessoas, sobre o amor, que hoje tenho.
Imerso em sabedoria, numa vasta literatura que vai dos romances de Clarice
Lispector até a filosofia de Nietzsche, aprendi a identificar algumas etapas da
vida humana. Nem sempre isso é bom. As pessoas se tornaram totalmente
previsíveis e perderam seu encanto. Tornei-me escritor e passei a relatar tudo
que aprendi e é incrível como tenho pavor das pessoas que leem e se identificam
com aquilo que escrevo. Por este motivo, acabei me distanciando de alguns
antigos amigos, não me abro à novas amizades, e meus relacionamentos quase
nunca duram tempo suficiente. Passei a ter menos paciência com as pessoas.
Criei uma rotina diária ao ponto de adquirir uma doença chamada neurose compulsivo-obsessiva.
Não recebo visitas em minha casa e odeio cozinhar, por isso sempre como fora.
Sim, eu sou feliz.
Escrito pelo meu eu irônico
Nenhum comentário:
Postar um comentário