quarta-feira, 28 de abril de 2010

O menino e as catedrais

  

   Talvez um homem com ares de criança
   No mais não há o que se dizer
   E embora seu desejo seja precioso
   Ele é um pássaro com a necessidade de voar
   Um jornada árdua pela sua alma
   Muitas foram as noites que sangrou sozinho
   Os dias lentos maltrataram sua esperança
   Ele seguiu nessa variação de luz e escuridão
   Dentro de si construiu catedrais imensas
   Que por tantas vezes produziram um triste eco
   O eco de um pedido de socorro
   Elas ouviram o seu choro abafado
   Guardaram seus maiores tesouros e desgostos
   O menino que ali chorava,quebrou as imagens de seus ídolos
   Quebou também a imagem de um sonho
   Não que ele queira dizer adeus,é que às vezes tenta dizer que ama,que sente
   E isto não é suficiente.
   Apesar de tanto tempo uma espécie de fé ainda o faz chorar
   Eventualmente,ele terá de partir...

   "Mas criança, guarda ainda um sorriso
    Resista um pouco mais...Um coração ferido não será teu fim.
    O choro será levado na próxima chuva,ela lavará a tua alma.
    Proteja ainda um sentimento,seja forte e não temas esse mal que te assola.
    Perceba,que se não és um príncipe o suor te fará cavaleiro."

   Ele guardou sua espada e mostrou seu coração
   Nisso não há vergonha,apenas lirismo,o lirismo que o reconfortou.
 
   "Guarneça tuas catedrais,dentro de ti estarás seguro,Ninguém poderá roubar-te.
    Não importa se és príncipe,homem ou criança
    Pássaro,cavaleiro ou poeta...calado a sós comigo te chamaria de anjo formoso.
    Mas do amor não faça teu martírio
    Guarda estas palavras no vosso coração
    E apenas por hoje,não chores mais.

Dávillo Dônola

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